1997 RELEMBRE | UNE na luta contra a privatização da Vale do Rio Doce
A nossa luta em defesa do patrimônio brasileiro não é de agora!
“A privatização da Vale do Rio Doce foi um crime contra o país e o povo brasileiro. Era uma referência, um orgulho nacional, entregue a preço vil para o capital privado. A UNE lutou muito contra essa medida entreguista. Articulamos ações na justiça em conjunto com a OAB, reunimos com o ex-presidente Itamar, que tinha posição histórica contra a privatização da Vale, chegamos até a ocupar a Bolsa de Valores. Infelizmente, conseguiram entregar a Vale”, conta Orlando.
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[1997] Estudantes fazem ato contra a privatização da Vale em frente ao prédio da Bolsa de Valores do Rio / Ricardo Stuckert. |
A UJS, UNE, UBES e outras entidades organizaram mobilizações contra a privatização da VALE, que visando apenas o lucro e com governos que diminuem a fiscalização destas empresas, podem resultar em grandes riscos para a vida.
Em janeiro de 1997, a UNE juntou-se a outras entidades da sociedade civil numa campanha dirigida ao Congresso Nacional contra a emenda da reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos, aprovada na Câmara ainda esse mês em primeiro turno e em fevereiro no segundo turno. Integrante do Movimento em Defesa da Vale do Rio Doce, cujo objetivo era lutar contra a privatização da estatal, e que reunia várias entidades da sociedade civil e os partidos de esquerda, em abril a UNE participou dos atos de protesto em frente à Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, local onde o leilão foi realizado. Apesar das intensas manifestações, o governo conseguiu vender a estatal em maio de 1997.
Fonte: FGV - CPDOC
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Ex-presidente da UNE, o Deputado Orlando Silva relembra a luta contra a venda da Vale do Rio Doce em 1997
“As privatizações de recursos fundamentais no país, que colocam em risco a soberania nacional, têm sido reprovadas pelos brasileiros desde os governos neoliberais da década de 1990, quando milhões foram às ruas, incluindo o movimento estudantil, para fazer frente a negociatas vergonhosas como aquela que entregou a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e parte grande dos nossos recursos minerais”
Presidente da UNE em 1997, durante a resistência à privatização da Vale, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) relembra como foi aquele embate com o governo neoliberal do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Em um processo escandaloso, o Brasil incluiu a companhia, fundada em 1942 e desde 1974 a maior exportadora de minério do mundo, no Programa Nacional de Desestatização.
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Protesto. Manifestantes protestam nas imediações da Bolsa de Valores do Rio contra a privatização da Vale / Globo |
“A privatização da Vale do Rio Doce foi um crime contra o país e o povo brasileiro. Era uma referência, um orgulho nacional, entregue a preço vil para o capital privado. A UNE lutou muito contra essa medida entreguista. Articulamos ações na justiça em conjunto com a OAB, reunimos com o ex-presidente Itamar, que tinha posição histórica contra a privatização da Vale, chegamos até a ocupar a Bolsa de Valores. Infelizmente, conseguiram entregar a Vale”, conta Orlando.
O programa de FHC privatizou, durante a década de 90, nada menos que 68 empresas públicas, dentre elas a Embraer, a Embratel e a Companhia Siderúrgica Nacional. Em maio daquele ano, a CVRD foi vendida por R$ 3,3 bilhões de dólares, embora fosse avaliada na época em R$ 10 bilhões. Hoje seu valor de mercado é estimado em cerca de R$ 100 bilhões de dólares. “O desastre recente da Samarco mostra quem estava certo. A história podia ter sido diferente”, provoca o deputado.
Antes, durante e depois do processo de privatização da empresa, os movimentos estudantil e sociais buscaram impedir nas ruas e nos tribunais a privatização da CVRD. Foram encaminhadas à justiça mais de 100 ações populares pedindo a anulação do leilão, devido às flagrantes irregularidades (subavaliação de minerais, participação de setores do consórcio que arrematou a CVRD durante o processo de avaliação da empresa, não cumprimento de normas do próprio Programa Nacional de Desestatização, irregularidades na licitação, etc). Em 2005, o Tribunal Regional Federal de Brasília acatou ação que reconhece as irregularidades no processo de avaliação da CVRD quando da sua venda, possibilitando assim a anulação do leilão.
Fonte: UNE
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